10/11/2009

O que não fazer

O que não fazer

A proposta do Curso Mundo Língua Palavra é uma vivência do acervo, de maneira reflexiva e produtiva, com vistas a preparar o contato de grupos com o museu, e aproveitar da melhor maneira possível o acervo imaterial.

Porém, no último sábado, 7 de novembro, devido à irresponsabilidade de terceiros, o museu e os participantes do curso tiveram este contato – que deveria ser apenas agradável e proveitoso – consideravelmente comprometido.

Não que o curso não tenha sido bom... Claro que foi. Como sempre, foi um encontro único –com direito a metáforas, jogos, histórias, poesia... Pois contávamos com educadores, de várias localidades e áreas, entre eles, uma assistente social, um poeta, uma oficial militar e uma escritora.

Apenas lamentamos o fato de uma agência de turismo ter chegado ao museu, no sábado, com sete ônibus lotados de alunos – sem agendamento, sem preparo, sem orientação e sem qualquer noção do que faziam ali... Foi o contra-exemplo do que nós discutíamos no Curso: o barulho entre os adolescentes era ensurdecedor. O desinteresse e a pressa, evidentes. Mas como nós saímos de casa, naquela manhã, decididos a “aproveitar” a experiência, o episódio se tornou uma justificativa nítida para cada um dos pontos comentados em sala.

Houve, mais uma vez, novas propostas, novos olhares – um grupo novo em busca de novas respostas para velhos desafios.

Meu agradecimento a todos.

Rita Braga

09/11/2009

Do patrimônio material ao imaterial




Mais uma vez, o Museu se encontra com a escola.


Na vivência Mundo Língua Palavra do mês de outubro, registramos o que os professores esperam do Museu e como o levam consigo para a sala de aula.


Objetivos da visita ao Museu


Quero conhecer o museu para poder passar tudo de melhor para os meus alunos. (Rita de Cássia da Silva)

Conhecer melhor o espaço para que os alunos possam ser orientados durante uma visitação. Destacando a necessidade de aproximação com o patrimônio e a cultura. (Espedita Iva da Silva) Participar de forma intensa na programação do museu. Proporcionar para meus alunos uma visão diferente do museu, quebrar os paradigmas do senso comum. (Juliana Queiroz dos Santos)

Aprender mais sobre o patrimônio histórico para apresentar aos alunos como esse local faz “parte” da sua vida. (Regina Souza da Silva)

Ampliar o meu conhecimento para que eu possa preparar os meus alunos antes de vir até o Museu, fazendo assim da visita uma abordagem de conhecimentos construtivos. (Deise Cristina Ferreira)

Conhecer melhor a nossa cultura. (Janeide Simão da Silva)

Propostas de aproveitamento da visita ao Museu

Posso destacar que a “árvore da palavra” foi enriquecedora, porque pude perceber que a transformação é uma característica essencial do ser humano.No momento a minha cabeça fervilha de ideias. No entanto, de uma forma racional creio que direcionar o trabalho como desmistificar o “museu” como algo que nos possibilita aprendizagem de uma forma material e imaterial levando-nos a transformar o que já sabemos para aprimorá-lo. Ampliar o repertório em exposição e o nosso como visitante. (Espedita Iva da Silva)

No vídeo exibido no 3º andar que relata a origem, a mistura, a cultura é o Poder das Palavras. Mostra um universo, à infinitude das Palavras (língua) e o que podemos ou fazemos com ela: poder transformador! Livro do curso, uma outra visão, impressão, sensibilidade, criatividade, para contribuir e transmitir aos demais. A cada segundo, aprendemos... minha alma está repleta. (Juliana Queiroz dos Santos)

O dinamismo e eterna construção da língua. De como ela é viva, constante, e o homem se apropriando dela faz essa transformação constantemente. A linha do tempo, mostrando desde o início de nossa língua até o presente. Algumas obras e instalações. Relacionando ao cotidiano dos alunos. Aproveitando a cultura material quanto a imaterial. (Regina Souza da Silva)

Da bagagem de informações que o Museu nos proporciona, da história e origem da língua portuguesa, ele nos transmite amplo conhecimento para exploração na linha do tempo. Amplio o meu ponto de vista sobre o museu, dando mais segurança para falar sobre o assunto. (Deise Cristina Ferreira)

O auditório com a apresentação das palavras. Quando olhamos a árvore, a primeira coisa que vem a cabeça é a imagem de uma árvore normal, mas quando observamos melhor vemos objetos, é muito curioso. Com o beco das palavras, podemos criar uma caixa com palavras recortadas e as crianças montarem as palavras. A educadora Beth nos mostrou o prazer de ser educadora e o ensinar a recriar. (Janeide Simão da Silva)

17/09/2009

Até em silêncio









Mãe, café, infância, costura"...
Objetos vistos em silêncio sussurram palavras e entrelinhas, referências e campos de memória. O Curso Mundo Língua Palavra realizado na manhã de 12 de setembro de 2009 contou com a participação de 19 educadores ligados a várias instituições de São Paulo.
A proposta é, como sempre, "vivenciar" a visita ao Museu da Língua Portuguesa com intuito de reconhecer potencialidades para o desenvolvimento de um trabalho educativo antes, durante e depois da visita. Isso inclui saber das dificuldades: como lidar com o som, com o espaço refrigerado do museu, e, principalmente, como concretizar um foco de aproveitamento, sem, necessariamente, tornar a tarefa "pesada" para o visitante.
Aliás, entre as conclusões, encontramos, justamente esse foco de "degustação" lúdica e criativa ao lidar com o acervo imaterial.
Agradecemos a todos a presença, a disponibilidade, a paciência e atenção carinhosa durante toda a visita.
Que este diálogo continue!

Rita Braga
Educadora

Fotos da Educadora Maíra Caiuby

18/08/2009

A palavra do dia: "diálogo"


A realização do curso Mundo Língua Palavra se deu mais uma vez de forma agradável e com novas reflexões. Dessa vez, éramos todas mulheres, e cada uma das participantes se apresentou com uma “palavra pessoal” (além do nome – que é nossa “palavra distintiva” no mundo). Foi um encontro lúdico e ampliador de entrelinhas.
A grande lista de espera e a presença de 17 (dezessete) participantes comprovam o interesse do professorado, e dos profissionais da área de educação em geral, por ações que “aproximem” escola e museu, também no que diz respeito ao aproveitamento do conteúdo antes e depois da visita. Profissionais das áreas de informática e psicologia também colaboraram expondo seus repertórios pessoais entre os grupos.
Durante a vivência, vários temas surgiram. Entre eles, as dificuldades para agendamento e a má fé de algumas agências que alegam ter horários “garantidos” no museu, mas, pela falta de senhas para o terceiro andar, logo se percebe a irresponsabilidade de alguns. As dúvidas a esse respeito foram esclarecidas, e pelo que se vê nas fichas de aproveitamento, houve uma sensibilização geral no que se refere à necessidade de uma preparação responsável para a visita.
Houve propostas de incorporação dos elementos sensoriais às interpretações de poemas em sala, abertura à pesquisa da fala cotidiana para traçar paralelos com a poesia e até uma proposta de agregar “tecnologia e língua” com um “beco das palavras” ou uma “praça da língua” nas aulas de informática da escola.
Enfim, várias propostas de atividades foram oferecidas e outras foram despertadas entre as educadoras participantes. Mais um passo da palavra ao diálogo – mais um contato a ser multiplicado em projetos e realizações.
Muito obrigada a todas.

Rita Braga
Educadora

22/06/2009

Curso Mundo-Língua-Palavra de 06 de junho de 2009

Mês de junho, final do primeiro semestre, um grupo pequeno participou dessa edição do Curso.



O encontro teve início na própria sala do Educativo.


De lá, partimos para a transformação do olhar de cada visitante.

Língua, pessoa, integradora e transformação foram as palavras que os uniram no encontro.
Resultado bastante positivo conforme se pode ver nos registros que seguem.




Cada professor realizou sua identificação na linha do tempo.
Fernando fez par com Guimarães Rosa.




Eddie e Maria se encontraram em Arapiraca.



Maria Lourdes com a influência dos meios de comunicação como a TV.


No primeiro andar, o francês em todos os sentidos no Brasil reuniu o grupo entre o existencialismo de Sartre e o tropicalismo de Caetano Veloso.



A despedida é sempre um momento feliz com a concretização da experiência que se leva do encontro.


Mais uma vez, nossa língua nos une: MLP e Escola.





04/06/2009

O que é ser educador

O que é ser educador?

Quando visitamos museus, é comum observar grupos de pessoas em volta de um ser que não para de tagarelar: aqui é isso, aqui é aquilo. Em um primeiro contato, parece um simples guia; porém, se olhar com atenção verá que o educador se parece mais com:
  • Um artista, que incorpora os personagens - seja histórico ou literário - para que todos entrem no mundo do museu.
  • Um malabarista, que faz de tudo para que a visita surpreenda.
  • Um mágico, que das exposições faz surgir coisas que talvez a gente nem notasse.
  • Um professor, que quer passar o que aprendeu.
  • Um aluno, que aprende junto.
  • Um humano, que nunca se cansa de ver coisas novas!
Acompanhei em uma visita um jovem surdo. Minha fluência em libras ainda é fraquíssima, porém, já dá para conversar. Conversa vai, conversa vem, e a primeira coisa que o visitante me diz é que não gosta do português.Compreensível, já que muitas vezes o português entra na vida da comunidade surda por uma imposição dos ouvintes; sem sentido, sem paixão.
O que fazer? No curso de pós-graduação em EDAC (educação do deficiente em audio-comunicação - nome esquisito!) temos uma matéria que se chama o ensino de português para o surdo; basicamente como se ensinar português.Como sou historiadora, essa matéria nunca me fez sentido; até esse momento. Na visita, mesclei a história da Língua Portuguesa e a Hitória da educação dos surdos, até chegarmos na imposição do português como lingua oficial do país, feita por D. João VI.Não tive intenção nenhuma de fazer com o que o jovem aceitasse o português, contudo, acredito que ele ficou com uma pulga atrás da orelha e percebeu que tudo tem um porquê. Nada de respostas, mas questionamentos importantíssimos!
O que ensinar, é questão secundária, mas como ensinar faz toda a diferença! E é nessa diferença que todos os educadores se encontram! É, são ossos do ofício: surpreender-se!

Esse texto foi produzido especialmente parao blog: http://www.eavisitacontinua.blogspot.com/ da minha querida educadora Beth Ziliotto.
Juliane Suemy Rega

10/04/2009

Terceira edição do Curso Mundo-Língua-Palavra





04 de abril, mais um encontro entre MLP e professores da rede pública de São Paulo para a realização da terceira edição do Curso Mundo-Língua-Palavra com o objetivo de ampliar os laços
museu&escola com a vivência de uma experiência significativa para atualizarmos o idiomaterno
como nosso melhor retrato.


A recepção dos professores na sala de aula do MLP



O auditório e a praça da língua: momento chave para sensibilização do público


A praça da fala do professor

A descoberta orientada no totem dos indígenas no Brasil hoje
A partilha da vivência, novamente na sala de aula, para o retorno à escola de origem onde serão trabalhados os futuros visitantes do MLP


Beth Ziliotto, Educadora e mediadora do Curso MLP
Fernanda Karina dos Santos, Educadora e autora das fotos do III Curso MLP