No Museu da Língua Portuguesa, podemos explorar:
Na árvore das palavras, as variações na escrita original e no uso atual, a flexibilidade da língua falada, nos seus ritmos e significados ao lermos as palavras que compõem a árvore; a flexibilidade da estrutura da língua escrita ao visualizarmos as mudanças na escrita da palavra.
Na grande galeria, aproximações na escrita e na fala: nos filmes: Relações Humanas: “presidentinho”, nas Festas: “bolo de fubá, aipim”... Em Culinária: "comedere, comere, comer".

Na linha do tempo, as diferentes formas de representação de uma língua: exemplos da família indo-européia, de textos na língua árabe, muçulmana, textos em galego-português, e os exemplos de internetês hoje.
Nos totens, continuidades e mudanças na escrita e no falar: conhecemos, por meio do que é familiar, o não familiar. Esta aproximação e estranhamento dada pelo som e grafia das palavras é uma relação de contraste que compõe a construção de toda identidade coletiva.
Nos totens, verso e reverso da palavra: aproximar-se das palavras dos diferentes povos não significa que compartilhamos os mesmos significados, é o que ocorre, por exemplo, com a palavra tchau, motel, baderna, etc.
O processo de assimilação das diferentes palavras oriundas de povos diversos acompanha de forma paralela a ação dos acordos ortográficos.
O contato com as variações linguísticas, os sotaques, os diferentes ritmos e entonação da língua no falar mostram que a escrita também pode ter o seu modo de dançar e se desenhar no papel. A diferença é que os sotaques acompanham fronteiras culturais e a escrita busca um diálogo com as fronteiras políticas de outras nações. Se uma das formas de se definir uma nação é pela língua falada, a escrita definirá uma comunidade maior, para além dos muros de um único Estado. Portanto, a língua falada traz a história das diferentes origens nacionais enquanto a escrita traz a história da construção de origens transnacionais em comum. Os acordos ortográficos estreitam os laços com o "outro” em meio às fronteiras das identidades culturais que nos separam.
Wilmihara Benevides da Silva A. Santos, Educadora do Museu da Língua Portuguesa, Mestre em Antropologia.

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