10/04/2009

Terceira edição do Curso Mundo-Língua-Palavra





04 de abril, mais um encontro entre MLP e professores da rede pública de São Paulo para a realização da terceira edição do Curso Mundo-Língua-Palavra com o objetivo de ampliar os laços
museu&escola com a vivência de uma experiência significativa para atualizarmos o idiomaterno
como nosso melhor retrato.


A recepção dos professores na sala de aula do MLP



O auditório e a praça da língua: momento chave para sensibilização do público


A praça da fala do professor

A descoberta orientada no totem dos indígenas no Brasil hoje
A partilha da vivência, novamente na sala de aula, para o retorno à escola de origem onde serão trabalhados os futuros visitantes do MLP


Beth Ziliotto, Educadora e mediadora do Curso MLP
Fernanda Karina dos Santos, Educadora e autora das fotos do III Curso MLP





































































































































































































































07/04/2009

A língua nos une por caminhos diversos

Vamos fazer uma pequena reflexão no contexto de discussão sobre o acordo ortográfico e convidar os alunos a realizarmos um acordo ortográfico? Este exercício, realizado em grupo, traz a dimensão coletiva que a língua escrita busca representar, isto é, os diferentes países de língua portuguesa, com suas especificidades culturais podem criar uma escrita comum. Portanto, temos a construção de uma identidade “na escrita” com povos de costumes e hábitos diferentes. Desse modo, visualizamos as diferentes identidades: as que existem no campo da escrita e as que existem no campo da fala.


No Museu da Língua Portuguesa, podemos explorar:
Na árvore das palavras, as variações na escrita original e no uso atual, a flexibilidade da língua falada, nos seus ritmos e significados ao lermos as palavras que compõem a árvore; a flexibilidade da estrutura da língua escrita ao visualizarmos as mudanças na escrita da palavra.
Na grande galeria, aproximações na escrita e na fala: nos filmes: Relações Humanas: “presidentinho”, nas Festas: “bolo de fubá, aipim”... Em Culinária: "comedere, comere, comer".


Na linha do tempo, as diferentes formas de representação de uma língua: exemplos da família indo-européia, de textos na língua árabe, muçulmana, textos em galego-português, e os exemplos de internetês hoje.
Nos totens, continuidades e mudanças na escrita e no falar: conhecemos, por meio do que é familiar, o não familiar. Esta aproximação e estranhamento dada pelo som e grafia das palavras é uma relação de contraste que compõe a construção de toda identidade coletiva.
Nos totens, verso e reverso da palavra: aproximar-se das palavras dos diferentes povos não significa que compartilhamos os mesmos significados, é o que ocorre, por exemplo, com a palavra tchau, motel, baderna, etc.
O processo de assimilação das diferentes palavras oriundas de povos diversos acompanha de forma paralela a ação dos acordos ortográficos.
O contato com as variações linguísticas, os sotaques, os diferentes ritmos e entonação da língua no falar mostram que a escrita também pode ter o seu modo de dançar e se desenhar no papel. A diferença é que os sotaques acompanham fronteiras culturais e a escrita busca um diálogo com as fronteiras políticas de outras nações. Se uma das formas de se definir uma nação é pela língua falada, a escrita definirá uma comunidade maior, para além dos muros de um único Estado. Portanto, a língua falada traz a história das diferentes origens nacionais enquanto a escrita traz a história da construção de origens transnacionais em comum. Os acordos ortográficos estreitam os laços com o "outro” em meio às fronteiras das identidades culturais que nos separam.



Wilmihara Benevides da Silva A. Santos, Educadora do Museu da Língua Portuguesa, Mestre em Antropologia.

06/04/2009

Ação educativa no MLP



Ação educativa no MLP

Um dos principais atributos do educador em museus é a maleabilidade na construção de discursos em seu roteiro de visita. Para isso, nós como educadores devemos estar preparados para lidar com as possibilidades de abordagens numa visita monitorada, isso significa ter em vista diferentes pontos de partida para um diálogo construtivo. Como conhecer uma realidade? Qual palavra pode representá-la? Em que medida induzir a um determinado discurso? Como é possível a apropriação de uma determinada informação e a criação de conhecimento sobre dado assunto? Qual é o ponto de partida?
O educador propõe uma forma de dar existência a um tema, promove a sua visibilidade a partir de uma fala, nisto reside a importância da palavra como mediadora do mundo, particularmente, quando emitida do Museu da Língua Portuguesa, o qual coloca a serviço do público educadores com o objetivo de provocar uma experiência com a Língua Portuguesa. A escolha do que deve ser visto, discutido e apreendido como uma forma de conhecimento é de inteira responsabilidade do educador já que toda forma de conhecimento nasce de um ponto de vista. O método, portanto, torna-se a peça principal de reflexão na prática do educador. Por meio dele, o educador discute os pressupostos em torno da construção de um saber, os motivos que determinam uma forma de ver e entender um assunto e uma realidade.


Wilmihara Santos, Educadora do Museu da Língua Portuguesa, Mestre em Antropologia.